Sonhei com você hoje.
Estava andando numa loja de departamentos e te vi encolhida num canto meio choramingando. Nem foi preciso perguntar a ninguém o que se passava com você pois logo em seguida uma das vendedoras comentou comigo: "Ela está realmente muito chateada..."
E de fato estava.
Por um segundo dei-me conta de que apesar de pensar que estava muito perto de você, na realidade estava distante, há mais de 50 metros, creio eu. Independente da distância física, em seguida, sem pensar, sem sequer recorrer a qualquer raciocínio lógico ou racional, corri o mais rápido que pude até te alcançar, uma vez que você já estava andando cabisbaixa em direção a porta da loja.
De repente, lá estava eu, na sua frente, ignorando a falta de fôlego e me sentindo parcialmente culpada por poder dizer que estava feliz por ver você ali, tão perto de mim depois de tanto tempo distante.
Os seus olhos estavam maiores do que o normal. Não havia capricho na maquiagem de sempre e, por causa do ocorrido, o rímel que não borrava com água, estava ralo e sem vida.
Perguntei o que havia acontecido, você respondeu que estava magoada.
Estava andando numa loja de departamentos e te vi encolhida num canto meio choramingando. Nem foi preciso perguntar a ninguém o que se passava com você pois logo em seguida uma das vendedoras comentou comigo: "Ela está realmente muito chateada..."
E de fato estava.
Por um segundo dei-me conta de que apesar de pensar que estava muito perto de você, na realidade estava distante, há mais de 50 metros, creio eu. Independente da distância física, em seguida, sem pensar, sem sequer recorrer a qualquer raciocínio lógico ou racional, corri o mais rápido que pude até te alcançar, uma vez que você já estava andando cabisbaixa em direção a porta da loja.
De repente, lá estava eu, na sua frente, ignorando a falta de fôlego e me sentindo parcialmente culpada por poder dizer que estava feliz por ver você ali, tão perto de mim depois de tanto tempo distante.
Os seus olhos estavam maiores do que o normal. Não havia capricho na maquiagem de sempre e, por causa do ocorrido, o rímel que não borrava com água, estava ralo e sem vida.
Perguntei o que havia acontecido, você respondeu que estava magoada.
Não era comigo daquela vez -ainda bem-, mas sim com uma amiga que agora não me lembro mais o nome.
Como todo sonho, detalhes podem ser tanto ocultados quanto escancarados com o conforme a nossa imaginação vai trabalhando.
Não me lembro muito bem sobre o que falamos, mas lembro com clareza do lugar onde estávamos, das cores, do seu cabelo meio-preso com os cachos não muito definidos.Como todo sonho, detalhes podem ser tanto ocultados quanto escancarados com o conforme a nossa imaginação vai trabalhando.
Mas mesmo assim, apesar de toda a situação, você não estava feia daquele jeito que as pessoas normalmente ficam quando algo dá errado em suas vidas. Sabe, com olheiras, moletom velho e dente sem escovar. Você estava com um casaco preto de veludo moderno e um lenço rosa meio avermelhado. Dava até para notar que você tinha levado um certo tempo para escolher o que iria vestir antes de sair, levando em conta que o seu humor simplesmente não tinha nada a ver com a roupa que estava no seu corpo de europeia magrela.
Após alguns instantes, depois de conversarmos sobre os seus problemas, resolvi por em pauta a minha atual aflição -que era também provavelmente o motivo de eu ter sonhado com você-. eu te disse que não estava conseguindo te encontrar por telefone e você disse que iria me ligar a qualquer hora. Aí que aconteceu a parte mais interessante. Eu li os seus olhos.
Eu sabia que você não iria ligar.
Não porque não queria falar comigo, mas sim porque simplesmente não iria. Sabe, não era uma prioridade para você naquele momento. Afinal, encontrar comigo ali, naquela loja de departamentos era algo legal mas que não iria resolver todos os problemas da sua vida. Aliás, não iria resolver nada.
Passado o momento de epifania interna, percebi que ficar magoada por ouvir finalmente a verdade de alguém sincero como você não era a melhor maneira de conseguir a atenção que sempre prezei.
A distância fez com que a insegurança da amizade aumentasse, e com ela aumentou também a saudade e a necessidade de manter o contato diário.
Mas é claro que não é assim que as coisas funcionam... Não no mundo moderno, no Planeta Terra e muito menos entre uma amizade que atravessa o oceano.
E foi por isso que me conveio dizer assim, sem mais nem menos, sem frescura ou medo: "Eu sei que você não vai ligar."
Não disse aquilo para fazer dengo ou brincar de amiga mimada, mas sim porque senti dentro de mim algo sincero e direto que acabou tomando conta daquele segundo em que deixei a minha voz de bobeira.
O fato é que eu falei. E para minha surpresa, você estava ali, olhando para mim serenamente com um ar tranquilo como se estivesse captando mesmo que sem querer, a essência daquela frase simples e direta que eu acabara de dizer.
"É verdade, vou acabar esquecendo... Mas se você ligar, eu vou atender com alegria. Porque eu gosto muito de você."
E isso basta.
Virei as costas, e sem olhar para trás, fui me deixando perder em meio das cores e estampas em promoção.
Estava tudo bem, eu estava feliz e eu sabia que tudo ficaria bem com você. Porque tudo é questão de tempo e paciência. Sempre.
Não era preciso ver o seu rosto para saber que você estava sorrindo enquanto saía da loja com o celular na mão.
Apertou o "send" e ligou para a tal amiga para conversar sobre o ocorrido.
Foi então que, de repente, com um susto, acordei com o telefone tocando ao meu lado.
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